Domingo meus pais e minha irmã foram à praia. Voltaram e minha disse despreten- siosamente que havia um golfinho morto na praia. “Preciso fotografá-lo para meu blog”, pensei. Fui à casa de uma amiga peguei a câmera dela emprestada e, com uma carona de meu pai em sua moto, fui a Praia dos Recifes que fica a alguns quilômetros da Barra do Jucu, em Terra Vermelha. Chegando lá a praia estava lotada. O Golfinho estava lá, morto com uma enorme língua pendendo para fora de sua boca, inchando-se a ponto de explodir a qualquer momento. A materialização de um questionamento existencial. Ao tirar a câmera e capturar a imagem do animal cheio de feridas e sangue fui cercado por dezenas de crianças que começaram a fazer milhares de comentários. “Ele vai estourar não vai?”. “Olha o sangue, ele foi atacado por algum animal”. “Não, caiu na rede”. “Vocês são o quê?”. “É para um trabalho de veterinária”, respondeu meu pai. Saímos de lá e fomos para a casa. Esse blog se tornou uma obsessão. O que não faço para colocar coisas que julgo interessante aqui? Sou um jornalista autêntico! De que é feita uma imagem mesmo? Respondam-me, por favor. Desculpem-me se fui autoral, inobjetivo e extensivo demais.
2 Comments:
"Sou um jornalista autêntico"...
OI, EU SOU A MÃE DO SÉRGIO. ESSE FOI APENAS MAIS UM DOS MUITOS ANIMAIS QUE APARECEM MORTOS NA PRAIA. NA SEMANA ANTERIOR FOI UMA TARTARUGA GIGANTE.
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