Volver - um Almodóvar contido, velho e triste

Se colocar-mos a filme Volver, de Pedro Almodóvar ao lado dos filmes lançados na mesma época certametne ele está entre os melhores. Porém, se colocados diante da filmografia do diretor manchego (mais do que nuca posso dizer isso já que vi todos) o que vemos é um filme menor. Definitivamente , Penélope Cruz não se dá bem como uma das chicas. Ela é muito bonita, muito hollywoodiana.

Não há como negar que é um autêntico Almodóvar, está tudo lá: o kitsch, as cores, as chicas, o melodrama, a metalinguagem, as diversas formas de linguagem..., porém todos contidos, envelhecidos e tristes. Há poucas cenas memoráveis. Duas em especial me marcaram. Uma cena em que a personagem Raimunda está no bar falando com a equipe de filmagens que está servindo e ao ser perguntada até quando ficaria por ali, a personagem responde que ficará enquanto as equipes de filmegens estivessem. Achei tão irônico da parte de Almodóvar... Outra foi a que o virtual fantasma da vó Irene se encontra com a filha Raimunda. Carmem Maura (essa sim perfeita sempre!) sai debaixo da cama olha para a filha e as duas se olham enquanto surgem as lágrimas dos olhos. Acho que poucas vezes no cinema duas atrizes estiveram numa sintonia tão profunda e expressiva. É como se toda a radicalidade do cinema inicial de Almodóvar se encontrasse com toda a tristeza desta fase mais hollywoodiana e ambos não gostassem do que vissem.

Outra coisa que adorei no filme foi Crus Lampreave (Tia Paula). Ela sempre arraasa. Não consigo ver seus personagens sem rir Ela faz sempre um personagem parecido da tia meio-louca da vila. Só muda o local onde ela está. Ela está sempre resmundo e criticando alguém. Mas o filme todo é muito triste. As chicas estão tão velhas, há um clima de morte muito profunda e triste. Chorei.