¡Qué síndrome!: A explosão da contracultura Madrilenha

Acabo de assistir ao filme mais impopular, menos premiado e menos assistido de Pedro Almodóvar “Labirinto de Paixões”. O filme é tão kitsch, cômico, cheio de cores, brilhos e frases de efeitos sujas. É um tratado do cinema homoerótico. É um filme artificial, criativo, ousado e inovador. Um travesti-filme. Não, o filme não trata do assunto diretamente, mas em sua essência é um filme travestido (ideologicamente).

A película se passa na grande cena Glam de Madrid dos anos 80 no ápice da Movida Madrileña. Madrid pós-franco é uma cidade incômoda, selvagem e divertida. Nela acontece uma historia de amor incomum entre uma jovem ninfomaníaca e o filho gay de um imperador árabe. Ela, membro de um violento grupo musical, e ele, preocupado em se manter escondido de terroristas de seu país de origem, são o fio condutor de uma série de relações entre os personagens mais díspares que se pode encontrar. Música, violencia verbal, perseguições, paixão, sexo... e acima de tudo, o amor e suas dificuldades. Quantos personagens estranhos! Adoro! O filme revela toda a alma rebelde dos anos 80. Tem ainda a estréia de Antonio Bandeiras no cinema e Pedro Almodóvar cantando com McNamara.