Capote e a fina arte do jornalismo
Desde que assisti ao filme Capote e descobri a possibilidade do jornalismo literário o jornalismo tradicional perdeu muito de seu sentido para mim. O momento em que o jornalismo beija a ficção se dá com Truman Capote em seu livro “A Sangue Frio” que estou lendo no momento. Capote acreditava que o jornalismo era apenas uma fotografia literária, mas ele, entretanto, ambicionava algo mais, um gênero só para ele. Disso nasceu seu “romance sem ficção” (ou romance de não-ficção). Para escrevê-lo passou um ano e meio no Kansas fazendo a cobertura do brutal assassinato da família Clutter, colhendo aspectos da história, entrevistando várias pessoas, especialmente, aqueles a quem chamava de “meninos” (Perry e Dick assassinos dos Clutters). Portanto, Capote faz com que o jornalismo, como o conhecemos, transcenda do relato descartável ao texto artístico-literário. Com ele percebemos que a realidade não é tão simples como querem passar as pequenas notas nos jornais e que por trás de um assassinato brutal há pessoas e destinos muito mais amplos e complexos.
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