quarta-feira, janeiro 17, 2007

O essencial é invisível aos olhos

Estou lendo “O Pequeno Príncipe”, livro francês escrito pelo autor, jornalista e piloto francês Antoine de Saint-Exupéry. Foi escrito em 1943, um ano antes de sua morte. É sua obra mais conhecida. Inicialmetne parece ser um simples livro para crianças, mas “O Pequeno Príncipe” é na verdade um livro profundo, escrito de forma enigmática e metafórica. Um livro poético e filosófico. Muito lírico, lindo. Estou adorando. Lembro de, quando criança, assistir ao desenho animado inspirado nesta história, mas que perdia muito (como toda história que passa do suporte verbal-impresso para o audiovisual) da essência do livro.

Leia um trecho:

O poço a que tínhamos chegado não se parecia de forma alguma com os poços do Saara. Os poços do Saara são simples buracos na areia. Aquele, parecia um poço de aldeia. Mas não havia ali aldeia alguma, e eu julgava sonhar.

- É estranho, disse eu ao principezinho, tudo está preparado: a roldana, o balde e a corda.

Ele riu, pegou a corda, fez girar a roldana. E a roldana gemeu como gemem os velhos cata-ventos quando o vento dormiu por muito tempo.

- Tu escutas? disse o príncipe. Estamos acordando o poço, ele canta...

Eu não queria que ele fizesse esforço:

- Deixa que eu puxe, disse eu, é muito pesado para o teu tamanho.

Lentamente, icei o balde até em cima, e o instalei com cuidado na borda do poço. Nos meus ouvidos permanecia ainda o canto da roldana, e na água, que ainda brilhava, via tremer o sol.

- Tenho sede dessa água, disse o principezinho. Dá-me de beber...

E eu compreendi o que ele havia buscado!

Levantei-lhe o balde até a boca. Ele bebeu, de olhos fechados. Era doce como uma festa. Essa água era muito mais que alimento. Nascera da caminhada sob as estrelas, do canto da roldana, do esforço do meu braço. Era boa para o coração, como um presente.

posted by Sérgio Rodrigo @ 8:49 AM   0 comments

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A Ponte Clandestina

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