Funk brasileiro: Música popular e arte pós-moderna (parte 3)

A influência dos movimentos de transição ou dos últimos modernistas

Das escolas da transição entre o moderno e o pós-moderno temos as influencias do concretismo paulista, neo-concretismo carioca e da pop-art. No concretismo o material de que é constituído a obra é supervalorizado em relação a forma e desta maneira é hiper-revelado. No caso do funk a parte eleita como principal constituinte da obra musical é o ritmo. Daí as batidas em estado bruto e de grande ênfase na obra funkeira. Além disso, fala-se muito, e de fato é verdade, que as obras funkeiras não são feitas para serem contempladas ou apreciadas como eram feitas com as músicas clássicas ocidentais. O funk só faz sentido a partir do movimento de quem o ouve, ou seja, quando é dançado. E é neste sentido que vejo características do neo-concretismo carioca. Neste movimento a experiência artística só estava completa com a interação do observador ou do “consumidor” da obra artística, assim, a interatividade é fundamental. Quanto a pop-art sua presença é evidente e total. Cito, entretanto, duas características fundamentais que são o uso de ícones da cultura de massa da televisão do rádio e do cinema e a repetição.