Essa foto saiu n' A GAzeta por ocasião da morte de uma menininha de 6 anos afogada na Barra. E olha só quem estava entre os curiosos. Sim meu pai (um de vermelho no centro um pouco a esquerda) e minha mãe (de costas no canto esquerdo)!
Passando pelas minhas comunidades do orkut eis o que encontro. O clipe da novo Cd do Caetano Veloso! É isso mesmo que vocês ouviram, novo clipe do Velô!
Vejam só o que construiram lá na Barra do Jucu. Numa espécie de pracinha (na beira da praia) criaram objetos super exóticos (grotescos se pensarmos nas fusões ou kitsch por colocar figuras em objetos). Eles são feitos em concreto madeira e plantas. Há uma espécie de cadeira que é também uma mão amarela e uma mesa com um vaso soldado sobre ela. Dentro deste vaso há plantas naturais, envolta há uma cobra. Na mesa há pindurado um pequeno lagarto e um pouco mais atrás há uma torneira também soldada a mesa. Achei interessane.
Já está no ar a nova enquete do 'A Ponte': Se você fizer sexo com um clone seu que seja completamente idêntico (inclusive em altura, idade e genes) o que seria? Esta questão é muito pertinente pois passa pela questão de que se o clone humano é um ser independente ou o prolongamento de outro...
Reconheceu essa imagem? Do momento em que se preparou para capturar esse momento único e que nunca mais se repetirá? Lembra que a perdeu, dela ter sumido no tempo e no espaço?
Nos corredores do Cemuni 1 há uma obra conceitual muito interessante. Sobre uma banqueta há uma pilha de folhas de papel. Quem passa e olha para elas se surpreende ao ler a frase “É pegar ou largar...”. Quando passei pela primeira vez e a vi minha primeira atitude foi vê-la, lê-la e passar direto. Depois, refleti, sorri, voltei e peguei. Essa foi minha escolha diante da proposta do artista. Eu peguei.
Pluralidade. Assim podemos definir a Mostra de Vídeos do Curso de Comunicação Social da Ufes a ‘Puta Mostra’. Foram mostrados aproximadamente 15 vídeos de diversos tipos: jornalísticos, publicitários, experimentais, animações, documentários, ficções... Foi em especial muito importante para mim pelo fato de que foi a primeira exibição pública do vídeo ‘Três Putas Ricas’ e o público parece ter adorado. Aliás, vale ressaltar que o público não era muito grande deveria ter algo entre 20 ou 30 pessoas.
Conheci o Terça Insana por indicação do Mayron. O Terça Insana é um grupo de teatro paulistano que já apresentaram mais de 340 roteiros diferentes de shows, 500 personagens originais criados pelo elenco fixo e os 250 convidados. As peças (esquetes) filmadas foram lançadas e dvd e agora fazem sucesso no You tube. Essa aí foi a que eu mais gostei da irmã Selma. A mais popular é a da Betina Botox.
Passando pela 3ª ponte. O estacionamento do Shopping Vitória destruído, homens trabalhando. Pensava-se: “Estão ampliando o estacionamento”. Dias depois começaram a subir grandes colunas de concreto. Pensava-se atônito: “Meu Deus, estão ampliando o shopping ainda mais. Que loucura!”. Dias depois a grande surpresa em volta da construção tapumes com os dizeres ‘Cinemark’ e ‘Aqui está sendo construído o maior complexo de cinemas do Espírito Santo’. Pensava-se: “Yes!”. Hoje fui ao shopping (fazer 2ª via da identidade) e enquanto esperava (horas) fui ver as novidades do cinema do shopping. “Está fechado!”, me disse o segurança e disse mais que o novo complexo de cinema (sim aquele prédio enorme) está previsto para ser inaugurado em março do ano que vem. Essa é a notícia de hoje.
Este vídeo aí em cima foi produzido por mim e meu irmão. O objetivo era filmar uma versão em vídeo da música ‘Metrô Linha 743’do Raul Seixas. O vídeo está inacabado, paramos de filmar logo no começo e nem o áudio dessa primeira parte foi criado. Eu estou veiculando-o porque há alguns experimentalismos muito interessantes neste vídeo. As fusões no inicio mostram toda a tridimensionalidade do espaço em que o personagem se movimenta, tridimencionalidade que é um dos pontos fracos dos vídeos digitais no web pois defido a baixa resolução perde-se muito da noção de profundidade e mesmo de perspectiva. Outra coisa legal é o diálogo dos dois personagens que meu irmão faz. Uma parte, a mais fácil, foi usado o clássico recurso cinematográfico do campo e do contra-campo. O mais difícil foi colocar meu os dois personagens em um só quadro. Aí, só com a ajuda do Photoshop.
Morreu na segunda -feira o diretor Robert Altman. O lendário cineasta responsável por grandes filmes como M*A*S*H, Nashville, O Jogador, Short Cuts, Assassinato em Gosford Park e mais recentemente A Última Noite (ainda em cartaz nos nossos cinemas), faleceu na noite de segunda-feira em Los Angeles, aos 81 anos, de falência múltipla dos órgãos. Altman deixou um projeto inacabado. Segundo a revista especializada Variety, o longa “Hands on a hard body”, que seria dirigido e produzido por Altman, corre o risco de não virar realidade.
John Waters: um autêntico diretor-indie americano!
Ontem teve Grav (Grupo de estudos audiovisuais) e a exibição de um dos melhores filmes que já vi: “Clube dos Pervertidos” (2004). O filme fala sobre uma mulher de meia-idade reprimida que, após sofrer uma pancada na cabeça, passa a adquirir costumes sexuais um tanto quanto bizarros, como ter atração sexual por sujeira e jogar comida nas partes íntimas. Há cenas muito marcantes, pois há na cidade uma espécie de guerra civil entre os sexuados e os ditos assexuados (os moralistas). Neste filme, Waters (assim como em outros seus) usa e abusa da estética do grotesco assim vemos nas plantas constantes figuras fálicas, vaginas, seios e ânus. Há diversas taras sexuais e mesmos os animais e objetos às realizam. Surpreendeu-me a inventividade e a ousadia nas linguagens e nos recursos utilizados pelo diretor. É interessante, por exemplo, quando um objeto cai sobre a cabeça de alguém e as diversas fusões e sobreposição de imagens que ele realiza usando inclusive letreiros sobre elas.
Eu conheci Waters (na verdade nem o conhecia ainda) pelo também ótimo “Mamãe é de morte” e algum dos filmes Brinquedo assassino (sim, o Chucky!).
O Grav é um projeto de extensão do curso de Comunicação e suas sessões são abertas a todos os interessados e acontece a todas as terças-feiras, às 19hs, no Cemuni 5.
(NAs imagens acima vemos cenas do filme "Clube dos pervertidos" e a última que é um desenho foi a "participação" de Waters no Simpsons.
Daqui a pouco, às 16h, haverá uma palestra no auditório do IC-II com o tema "A descriminalização da cannabis e a nova lei em vigor". O assunto é atual e um dos mais polêmicos de hoje, entre cientistas, intelectuais e o povo em geral, desde a Guerra do Vietnã e o assunto hoje toma corpo e adentra os lares e instituições num misto de aversão e complacência para com o uso, seja orientado, seja indiscriminado, desta erva milenar.
A palestra é promovida pelo programa de ações afirmativas Conexões de Saberes - Ufes e tem como palestrantes os professores Júlio Pompeu e Ricardo Queiroz, ambos departamento de Direito da Ufes.
Sobre o assunto anterior resolvi criar uma enquete. "O que você pensa a respeito dos novos filmes de terror (percebe-se que sumiram letras e espaços da enquete, o fato é que não cabia a resposta inteira)?". Vá lá na enquete (em cima da foto do profile) e vote!
Ontem vi o filme “O Albergue” (aquele que foi produzido pelo Tarantino) que trazia na capa do dvd a promessa de ser o mais aterrorizador da década. Vi achei de extremo mau gosto, apesar de ser um ótimo filme pra quem gosta do estilo. Os filmes de terror (fora os ótimos terrores “japoneses”)se tornaram um banho de sangue e um exagero em efeitos visuais. O resultado de tudo isso é uma diferente sensação estética diante das obras. Se antes os ditos filmes de terror davam-nos susto através das surpresas e da tensão que os filmes nos causavam, hoje nos produzem muito mais nojo, asco. É só ver “O Albergue” e a trilogia de “Jogos Mortais”. Há um outro fator que descaracterizou por completo os filmes de terror que é a computação gráfica que nos tirou qualquer sensação de medo ou outra sensação que valha a pena assisti-los como tais. É o caso do “Exorcista-o início”, mas isso já é outra história.
Quem não viu perdeu. Ontem (18), a rede Globo lançou o fantástico seriado “Antônia”.Na história um grupo de quatro amigas negras que lutam pelo sonho de poder lançar-se como grupo musical driblando as dificuldades que uma sociedade desigualitária como a nossa lhes impõe. O elenco é composto por vários ícones da black music brasileira como Sandra de Sá, Negra Li e Thaíde. Haviam me chamado à atenção os enquadramentos ousados e não convencionais para o formato TV e a grande qualidade do texto e das imagens. Foi então que para minha surpresa (ou alívio) vejo o nome de Fernando Meirellesnos créditos iniciais. Aí estava tudo explicado. Antônia só vem reforçar algo que já havia dito aqui em outra situação: o quanto o cinema tem a contribuir para o aprimoramento da televisão. A série é baseada no filme homônimode Tata Amaral.
- Uma das personagens se chama Kika (assim como no filme de Almodóvar de mesmo nome) - Ela entraria numa congregação de freiras que é a mesma das freiras do filme “Maus Hábitos” irmãs redentoras humilhadas e possuem as mesmas características peculiares. - O pai de um dos garotos é um travesti assim como em “Tudo sobre minha mãe” - A enfermeira nutre uma paixão e conversa com o personagem Duda enquanto ele está em coma assim como o personagem de “Fale com Ela” - Nas cenas finais a enfermeira apaixonada por Duda amarra-o a cama para que ele a ame (assim como em “Ata-me”) - Há dois personagens que por vezes se transformam em espanholas (o pai que se traveste e a beata) o que poderia ser considerado mais um índice.
Há outros fatores menores que talvez não caibam aqui no momento, mas que também mostram isso. Ideologicamente, não recrimino João, pois acredito nas características da arte pós-moderna n qual se apropria da arte alheia para produzir sua própria. João Emanuel não copia Almodóvar totalmente. Percebe-se uma total deselegância no primeiro.
O que estou lendo? “Cinema: Entre a realidade e o artifício”
Estou lendo “Cinema: Entre a realidade e o artifício”,de Luís Carlos Merten. O livro é ótimo pois passa por toda história do cinema do mito da caverna de Platão, passando por Lumiere, todas as tendencias do século XX, por Tarantino e chegando a perpectivas contemporaneas e futuras. Interessante este trecho que tem logo no inicio:
“O cinema, ainda e sempre. Se mudar o suporte, se os filmes amanhã ou depois forem veiculados pela internet, se acabarem as salas, ainda será o cinema? É a mais difícil de todas as perguntas, porque ao longo do seu primeiro século de luzes o cinema nunca teve contestado o seu cerimonial. Muitos de nós são internautas, navegam neste mundo de computadores, perseguindo pixels, em busca das novas imagens do futuro. Mas ainda não nasceu a geração que vai prescindir do cerimonial do cinema.”
E isso aí pessoal. Chegamos a mil visitas em dois meses de existência. Queria agradecer aos visitantes fiéis e aos infiéis também. Estive o dia todo esperando este momento histórico que eu não poderia perder. A ponte depois de uma ruptura com um antigo modelo, ter se reinventado algumas vezes, superar dramas como o trágico 'DELETE', conseguiu se firmar e se estabeler enquanto via de produções e formas de expressividade que vão das finas artes à mídia descartável. Obrigado a todos!
Hoje, iniciou o 13º Vitória Cine Vídeo. O mais importante festival de curtas metragens do estado. Estive em parte da mostra de abertura ao meio dia no Cine Metropólis na Ufes e pude ver os vídeos “Projeto Vermelho”, de Luiz Roque (RS), “Lectures”, de Consuelo Lins (RJ) e “Grinalda”, de Erly Vieira Jr. (ES). Apesar de estar repleto de documentários e ter visto muito pouco, fiquei feliz por perceber que o festival ainda abre espaço, especialmente nesta área do vídeo, para os diversos experimentalismos e manifestações artísticas audiovisuais mantendo assim o que considero a função de um festival.
Discurso de Caetano Veloso durante o Festival da Canção de 1968 quando defendia a canção 'É proibido proibir'
A internet é mesmo uma caixinha de surpresas. Por muito tempo andei procurando o famoso discurso completo do Caetano Veloso no Festival da Canção da Rede Globo em 1968 na internet e eis que por acaso o encontro no You Tube, num vídeo feito por algum usuário a partir de várias fotos dos tropicalistas nos festivais da época. É marcante para mim a permanência de certas coisas da época nos dias de hoje. Quem vaia, atira objetos e vira as costas para Caetano neste festival, em sua grande maioria, são os estudantes de esquerda com todo seu conservadorismo, seu nacionalismo imbecil e sua visão cultural retrógrada. Muito disso permace no movimento estudantil atual e o que é pior estereotipando o movimento daquela época reduzindo-o a quase nada. Gosto do que Caetano diz em outro momento num happening que fez na boate Sucata num show com os Mutantes: “Há muita Kriptonita no ar verde e vermelha também”. O minério que enfraquecia o Superman é utilizado aqui como metáfora do enfraquecimento da cultura pelos movimentos de esquerda e de direita, que apesar de estarem em extrema oposição política estranhamente concordavam culturalmente.
“El guión se llama ‘Volver’ y habla justamente de la muerte”. É assim que Pedro Almodóvardescreve seu roteiro em seu diário digital(uma espécie de blog) de produção. E completa: “Más que de la muerte en sí, el guión versa sobre la rica cultura de la muerte en la región manchega donde nací. Sobre el modo (nada trágico) con que varios personajes femeninos de distintas generaciones, se manejan dentro de esa cultura”.
Almodóvar já está entre nós. Sua película “Volver” estreou hoje (09/10) no Kinoplex no shopping Praia da Costa. Sem grana para luxos e já que perdi a estréia, vou ver “Volver” (desculpem o trocadilho de mal gosto) na quarta-feira. Quem quiser ir comigo se pronuncie...
A grande notícia de hoje não poderia ser outra. A outra ganhou. Sim, “A Outra Chapa” ou chapa 2 (a oposição) venceu nas eleições pelo centro acadêmico de comunicação social (chapa, da qual, por acaso, faço parte). As urnas foram apuradas ontem à noite (09/11), por volta das 22hs. 249 alunos participaram. Eis os resultados:
Ontem foi um dia péssimo. Passei frio e não estava muito bem de saúde. Não via a hora de dormir para que outro dia viesse. E eis que, para minha surpresa, o dia ainda me guardava uma grande surpresa. Quando eu chego em casa qual a grande notícia que recebo?! Caetano Veloso na TV Cultura. Foi exibido uma hora do show (e que show) "Prenda Minha" da fase caballero de fina estampa do Caetano. Lindo: o Caetano, o cenário, os músicos, a montagem audiovisual final e principalmente os gestos de corpo do Cae.
Quem vai ao IV Encontro Estadual de Educação Ambiental ou passar em frente ao teatro Universitário da Ufes não pode deixar de ver (e comprar) as obras da artesã Mônica (essa aí da foto). Ela faz pequenas esculturas com materiais naturais como palha de milho, coco, bucha natural e outros. Na exposição há um presépio que tem seus personagens feitos de palha de milho e há anjos feitos de casca de coqueiro.
Aconteceu agora pouco. Menos de duas horas atrás. Sofri uma tentativa de assalto. Enquanto caminhava para meu estágio passando pela elevação que tem entre o Shopping Praia da Costa e o Colégio Marista fui abardado por um garotinho...
Deixem eu lhes contar melhor. Caminhava pela calçada eu, meu óculos novo, meu MP3 e minha mochila. Passou um garotinho que tinha entre 7 e 12 anos de bicicleta e ao chegar a minha direção parou e me encarou. Fingi que não o vi já trancando, pois percebi que logo atrás vinha seu parceiro que tinha a mesma média de idade. Já imaginava qual era sua intenção. Caminhei mais rápido. O garotinho que vinha mais atrás parou e veio para cima de mim. "Qual é, Maluco, você é de onde?" Já mostrando a cintura como se ali tivesse algo. Não olhei bem, mas percebi que arma de fogo não tinha, se tivesse algo era uma arma mais leve como uma faca. O que eu fiz foi sair correndo como louco, como se minha vida dependesse disso. Corri, corri e corri. Agora eu escrevo. Desabafo.
Estátuas decapitadas e esculturas espalhadas por todo a parte. Essas são as cenas que vemos na imagem ao lado. O que poderia ser mais uma atitude vanguardista de representação artística bem ao projeto dos movimentos dos anos 80 que continuaram e radicalizaram muito do que faziam os dadaístas, na verdade não passa de vandalismo e desrespeito a produção dos estudantes do curso de artes plásticas. O fato aconteceu no espaço entre o Cemuni I e o Centro de Educação Física onde ficam expostas as esculturas produzidas por eles durantes as aulas.
O que tem me fascinado muito ultimamente são as artes eletrônicas, em especial as poesias eletrônicas.
Os meios on line exerceram um grande choque sobre a arte e esta, com sua capacidade de se adequar e de se auto inovar o tempo todo, se apropriou deste novo meio.
Neste sentido, um site que encontrei que possui poesias maravilhosas e várias experimentações neste novo suporte é o Poesia Eletrônica. Nele podemos encontrar obras neste formato de artista e poetas consagrados como Augusto de Campo (sim, o concretista!), Joeser Alvarez (aquele da Linha Alvarez), Regina Célia Pinto, Alan Sondheim, Reiner Strasser e outros.
Ultimamente tenho experimentado também este novo formato de poesia. No meu Recôncavo Poético tem uma poesia eletrônica que se chama “Borboletas”. Estou trabalhando em outra que logo também estará publicada lá com o título “o grito”.
Lembro que durante o período de inscrição para o vestibular eu e minha amiga Yolanda termos ido até a Universidade Federal do Espírito Santo, pois havíamos conseguido a isenção da taxa do vest daquele ano. Chamou-nos muita atenção esse grafitti aí que homenageia a cantora Elza Soares. Lembro de termos ficado algum tempo contemplando-o. Ele fica localizado na parede do barracão da artes plásticas entre o Cemuni I e o Centro de Educação Física.
Funk brasileiro: Música popular e arte pós-moderna (parte 5)
Conclusão
Com isso não quero dizer que o movimento funk tenha sido pensado e teorizado para poder ser criado. A coisa é muito maior e mais interessante, pois aconteceu de maneira natural e dinâmica. Com a evolução da tecnologia, não sendo mais necessário o uso do corpo de vários indivíduos para a produção a economia passou a se basear no consumo pelo consumo, no consumo para a satisfação dos desejos do que no consumo para saciedade das necessidades físicas do corpo. A palavra de ordem passou a ser a liberdade. “Como as Supremas Repartições que cuidavam da regularidade do mundo e guardavam os limites entre o certo e o errado não estão mais à vista, o mundo se torna uma coleção infinita de possibilidades: um contêiner cheio até a boca com uma quantidade incontável de oportunidades a serem exploradas ou já perdidas” (Bauman, 2001, p.73). Desta maneira acredito que o funk é a autentica representção artistica popular pós-moderna brasileira de nossos tempos, assim como foi o movimento tropicalista no fim dos anos 1960. E com este texto espero de algum modo ter ajudado a legimatima-lo nessa função. Ou ao menos fazer com que o vislumbrem de uma maneira diferente.
Funk brasileiro: Música popular e arte pós-moderna (parte 4)
Os pós-modernos
Dos movimentos pós-modernosdestaco atitudes como a apropriação de elementos ou de obras inteiras de outros autores e de outros suportes, o questionamento do conceito de criação e de autoria e o multiculturalismo (“é som de preto de favelado”). Além disso, o mais importante que é o uso de temáticas não privilegiadas em toda história da arte entre elas o desejo e o sexo carnal.
Funk brasileiro: Música popular e arte pós-moderna (parte 3)
A influência dos movimentos de transição ou dos últimos modernistas
Das escolas da transição entre o moderno e o pós-moderno temos as influencias do concretismo paulista, neo-concretismo cariocae da pop-art. No concretismo o material de que é constituído a obra é supervalorizado em relação a forma e desta maneira é hiper-revelado. No caso do funk a parte eleita como principal constituinte da obra musical é o ritmo. Daí as batidas em estado bruto e de grande ênfase na obra funkeira. Além disso, fala-se muito, e de fato é verdade, que as obras funkeiras não são feitas para serem contempladas ou apreciadas como eram feitas com as músicas clássicas ocidentais. O funk só faz sentido a partir do movimento de quem o ouve, ou seja, quando é dançado. E é neste sentido que vejo características do neo-concretismo carioca. Neste movimento a experiência artística só estava completa com a interação do observador ou do “consumidor” da obra artística, assim, a interatividade é fundamental. Quanto a pop-art sua presença é evidente e total. Cito, entretanto, duas características fundamentais que são o uso de ícones da cultura de massa da televisão do rádio e do cinema e a repetição.
Funk brasileiro: Música popular e arte pós-moderna (parte 2)
A influência das vanguardas européias
Das vanguardas européiasdo início do século XX, bases dos movimentos modernistas, é marcante características do Futurismo e do Dadaísmo, e algumas do Cubismo. Do futurismo temos características como a repetição de um elemento (no caso da poesia ou da música uma palavra, uma expressão ou um som) de maneira simétrica e continua, o uso de onomatopéia e de fonemas soltos e o uso de um tom caótico. Do Dadaísmo o absurdo e a apropriação de objetos cotidianos que se transformam em arte e o questionamento do que é ou não arte enfim: arte é aquilo que eu digo que é arte? Do cubismo nós temos o humor e a fragmentação semântica.
Funk brasileiro: Música popular e arte pós-moderna (parte 1)
“Para ser animal é preciso ter inocência” (Nietzsche)
“Com gentileza a vil sensualidade sabe mendigar um pedaço de espírito quando se lhe nega um pedaço de carne”. (Nietzsche)
Funk carioca: a arte pós-moderna chega novamente à música popular
Cultura é tudo aquilo que dá sentido a existência de um indivíduo ou grupo social, atravessando todas as práticas sociais e constituindo a soma de todas suas inter-relações. É formada por processos de comunicação sendo, portanto, baseadas na produção e consumo de sinais, sem haver separação entre “realidade” e representação simbólica. Neste sentido, o funk funciona como extensão das práticas sociais da cidade do Rio de Janeiro, em especial, nos morros cariocas tais como a sexualidade, o humor, a impulsividade entre outros. O que quero demonstrar neste texto é que de alguma forma o funk acabou por incorporar características das vanguardas artísticas do século XX, dos movimentos artísticos pós-modernos e de uma certa maneira dar-lhes uma nova roupagem em suas composições.
quinta-feira, novembro 30, 2006
Das escolas da transição entre o moderno e o pós-moderno temos as influencias do 
